Page 12 - Boletim numero 255 da APE
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hISTÓRIAS à LUPA
O Cartolas está quase a
fDazer 100 anos
António Ribeiro da Silva
19600093
urante os 8 anos que estive nos Pupi- los, 1960 a 1968, nunca ouvi falar no Cartolas.
Mas, o pessoal dos primeiros anos dos Cursos Superiores (final dos anos 70) não fala noutra coisa. Sempre achei que fosse uma “modernice” inventada por essa malta.
No ano passado andei a lamber papel, quando me propus digitalizar o nosso Bole- tim desde o seu primeiro número que está agora disponível para consulta através do site da APE.
Eis senão quando deparo com a página 16 do Boletim no 24 de 31DEZ1961 que trata deste tema. quando esse Boletim saiu esta- va eu no meu segundo ano no Pilão e não dei por nada, só agora tendo despertado para o assunto.
O artigo é da autoria do Alberto Santos Lino (19210101), que concluiu em 1933 no IPE o Curso de Máquinas e Electrotecnia, vindo a ser Oficial de Engenharia do Exérci- to, membro dos Corpos Sociais da APE du- rante 17 anos e assíduo colaborador do nosso Boletim a ponto de ser considerado o seu fundador, conforme destaca a Ficha Técnica do Boletim.
Santos Lino descreve nesse artigo as 3 lendas que circulavam na segunda década da nossa Escola a propósito do Convento de S. Domingos de Benfica, onde desde sempre funcionou a 1a Secção, referindo- -se ao Cartolas nos termos seguintes:
“Aí por alturas do meu segundo ano escolar (1923), o «homem da Cartola», um fantasma que a horas mortas passea- va nos claustros e fazia desmaiar o solda- do guarda-nocturno, foi o assunto obri- gatório de todas as conversas.
Infelizmente para o turismo nacio- nal, este fantasma fora inventado pelo soldado que especulava com um fingido medo tentando ser substituído em fun- ções que detestava e lhe roubavam boas horas de sono tranquilo”.
Com base neste documento que poderemos considerar a sua “certidão de nascimento” podemos assim esti- mar que o Cartolas está quase a fazer 100 anos.
10 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • outubro a dezembro