Page 21 - Boletim Nº 254 da APE
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EM FOCO APE
está alinhado com os desafios do mundo actual e está a ser feito caminho para que aos alunos sejam dadas todas as condições para triunfar não só durante os anos de IPE, como também ao longo da sua vida.
Olhando para o presente, alguns, os mais distraídos, po- derão achar que foi uma década fácil. que não implicou sa- crifícios, espírito de camaradagem, resiliência e uma dispo- nibilidade ímpar. Mas implicou.
Ao longo destes anos, foram várias as conversas que tive com o meu Pai sobre o IPE. Se a ele dava gosto falar de uma casa que também o acolheu, a mim dava gosto ouvir. Apro- veitava para ficar a conhecê-lo um pouco melhor, para me inteirar da sua forma de liderar. Foram anos que também contribuíram para a pessoa que sou hoje.
Numa dessas conversas, partilhou comigo que “as pes- soas, as que não estão lá dentro, não fazem ideia do ritmo a que anda uma casa destas”. Disse-o porque de facto sentia que se fazia muito, que isso só era possível graças ao espíri- to de dedicação e camaradagem que se vivia. Ao mesmo tempo, dessa afirmação, retive um brilho nos olhos, aquele brilho de quem sabe que apesar de todas as adversidades a casa continuava a dar resposta, uma resposta cada vez me- lhor. E sabia que não estava sozinho.
Em boa verdade, nas nossas conversas, era normal elo- giar o trabalho dos que com ele trabalhavam, militares e ci- vis, particularizando num ou noutro instante. E não os elo- giava só a eles, mas elogiava também os alunos, cujas conquistas, provas de superação e dedicação o enchiam de orgulho.
E era assim que tinha de ser. Porque o IPE, como qual- quer escola, só faz sentido existir se tiver os alunos e a sua preparação para a vida como prioridade.
Foi por isso natural que tivesse aumentado o número de livros que foram aparecendo lá em casa sobre educação e sobre o ser humano em si mesmo. Foi também natural que as nossas conversas, tenham passado a incluir tópicos dife- rentes dos habituais.
E isto leva-me a concluir que na verdade também o meu Pai beneficiou e muito do tempo que esteve à frente do IPE. Foi um período onde conheceu perspectivas diferentes, onde se debateu com dinâmicas e problemáticas diferentes, onde estabeleceu laços que irão perdurar para a vida e onde aprofundou temas que até aqui não havia dedicado muito
tempo.
Ao mesmo tempo, olhando em perspectiva, parece que
esteve uma vida inteira a preparar-se para este capítulo. De facto, pode aplicar o que foi aprendendo ao longo do seu percurso quer enquanto Oficial, quer enquanto Pessoa e Ci- dadão. Foi para ali que pode canalizar a energia gerada pela saudade quer da minha Mãe, Professora toda a sua vida e para quem o estudo e compreensão da Grécia Antiga se assumiam como importantes âncoras e fontes de reflexão, quer do meu Avô, Antigo Aluno do IPE, que passou a com- preender melhor.
Por tudo isto, creio que não podia ter sido melhor esco- lhida aquela que viria a ser a sua última missão, uma mis- são onde deu e recebeu na mesma proporção, uma missão
que termina na altura certa, com a noção do dever cumpri- do e deixando o IPE, penso eu, no trilho do patamar que merece, o da Excelência, lugar que já vai ocupando aqui e ali.
Ao meu Pai, ao antigo Director do Instituto dos Pupilos do Exército, “a minha continência”, foram 11 anos a de- monstrar que de facto querer é Poder!
Texto de Bruno Soares,
filho do Ex.mo Sr. Cor. Miranda Soares
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Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • julho a setembro | 19