Page 18 - Anexo do Boletim 253 da APE
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EM FOCO APE
O sonho perseguido durante anos de uma Sede própria estava conseguido, graças ao grande empenho, persistência e esforço de alguns. Realço nessa luta o preponderante papel do Presidente da Direcção de então, já não presente entre nós, João Mar- ques da Silva.
Quanto ao nome, em Dezembro de 1939, por imperativo legal que proibia a designação de “Grémio” a associações de carácter social e recreativa, a denominação social passou para “Sala dos Pupilos do Exército” e em Abril de 1940, para a actual denomi- nação de “Associação”.
É um facto que nos dias de hoje, a grande maioria das instituições congéneres se debatem com a crise do associativismo, característica dos tempos que correm, mas é com isso que temos de viver. Estou certo porém de que o número dos associados que conservam dentro de si a força anímica do “QUERER É PODER”, é suficiente para continuar a manter viva a APE.
Ao longo da sua vida, souberam sempre as Direcções da APE definir qual o rumo a seguir em cada momento, seguindo o sábio princípio de que a quem não sabe para onde vai, nenhum vento lhe é favorável. E assim os ventos foram sendo, como o hão- de continuar a ser-lhe, favoráveis.
A última prova de que assim é, foi o de ter conseguido, ainda no mês passado, o posicionamento em 1o lugar no escalonamento de acesso ao financiamento pelo Orçamento Participativo da CML, para edificação de um monumento ao “Pupilo”, a erguer na Travessa que as gerações mais velhas milhares de vezes palmilharam, quatro vezes por dia, a caminho das aulas.
É, portanto, esta casa, onde hoje nos encontramos e cujo aniversário comemoramos, a continuadora, do espírito que presidiu à fundação do Instituto dos Pupilos do Exército.
Ao olhar para o passado da APE, ao fim destes 87 anos, ocorre-me a justeza da frase que alguém proferiu:
“O passado não é o que passa, é o que vai ficando”
E na APE o que foi ficando, é muito.
Poder-se-ia ainda perguntar se valeu a pena ter sido criada e existir. À pergunta, quase ofensiva porque desnecessária, invoco a citação de Fernando Pessoa, ao dizer que
“Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”,
permitindo-me eu a ousadia de trocar o “se” por um “que” ao aplicá-la aos “Pilões” e à sua Associação, passando a afirmar:
“Tudo vale a pena, QUE a alma não é pequena”.
Muito obrigado pela vossa atenção.
17| Anexo Digital ao Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • abril a junho