Page 38 - Boletim APE 253
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EVOCAÇõES
Pilão Nossa Casa
A Sílvia Baldo sugeriu contarmos como surgiu a letra da música “Pilão nossa Casa”, da ideia passámos à ação e assim lançamos o repto para esta ser escrita por quem a viveu, o André Gil (20000116). O André tinha 11 anos na altura, lembra-se muito bem desses tempos conturbados, mas, no entanto, os factos para uma criança de 11 anos poderão ser di- ferentes da realidade e por isso resolveu contatar uma das pessoas que estiveram diretamente envolvidas, que só poderiam ser o Sargento-Mor J.M. Nogueira ou a Professora Marília Gama. Conseguiu o contato da professora Marília, que gentilmente nos contou na primeira pessoa como aconteceu o “Pilão nossa casa”. O André depois de ler o texto e de se emocionar ao relembrar esses tempos conturbados e difíceis, achou mais do que justo, apesar de ter o seu texto concluído, que fosse a Pro- fessora Marília a contar-nos e a transportar-nos para esses momentos que marcaram definitivamente a continuidade do IPE como hoje o co- nhecemos. Deixamos-vos o link onde poderão ouvir a música, porque da próxima vez que a ouvirem, irão com certeza senti-la de uma forma dife- rente https://www.ape.pt/historia/.
Marília Gama*
Ex-professora IPE
Letra
Pilão nossa casa tão rica de tradição é bela e ridente
e assim continuará!
Nossas vozes gritarão! queremos ir mais além
ao som desta emoção se cantará
Pilão unido
Pilão mais forte
Pilão p’ra sempre num futuro Sempre melhor
Jovem nesta casa entrei, Pilão
nela crescendo aprendi, Pilão recordação perdurará, Pilão
seu grande lema eu vivi: Querer é Poder!
Aprendendo para o futuro
grande esforço lhe dedicamos desta casa temos orgulho
ao som desta emoção se cantará!
Pilão unido
Pilão mais forte
Pilão p’ra sempre
num futuro sempre melhor...
Música: Eric Levi arranjo: J.M. Nogueira Letra: Dr. Marília Gama/J.M. Nogueira
A Equipa Editorial
Ea histÓria
m 2001, o Instituto Militar dos Pupilos do Exército viu-se confrontado com o “famigerado” despacho do CEME, General Silva Viegas, de 12 de Junho, que,
numa lógica economicista, ordenava o cancelamento das admissões de alunos aos ensinos Básico e Secundário, pro- vocando dessa forma, a curto/médio prazo, a extinção da- quele Estabelecimento Militar de Ensino.
A necessidade urgente de obter a melhor informação sobre o referido despacho, mobilizou, de imediato, alguns Encarregados de Educação e alguns Professores que, nesse
sentido, solicitariam audiências ao CEME e as veriam conti- nuamente recusadas.
Com o espectro do encerramento a pairar, um misto de revolta e de desânimo apoderou-se dos alunos, tor- nando-se cada dia mais difícil aceitar essa realidade anun- ciada.
Entretanto era redigido um documento no qual se acen- tuava a necessidade urgente de inovação pedagógica, de rigor na gestão, da constante necessidade de adaptação à sociedade, entre outros, e que se apresentou sob a forma de proposta de reestruturação do IMPE a enviar ao CEME. Esta proposta, em elaboração no dia 11 de Setembro de
36 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • abril a junho
Foto de Ana Cristina Coelho (19771033)