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 EVOCAÇõES
 2001, dia que viria a mudar o mundo, era da autoria do Coronel Dinis e das Professoras Paula Gonçalves e Marília Gama e mudaria, cerca de dois anos mais tarde, o futuro do “Pilão”.
“Três damas de ferro”; as professoras Gioconda Abreu, Paula Gonçalves e Marília Gama, resolveram organizar “ac- tividades extra curriculares”, às quais os alunos do 2o Ciclo aderiram com todo o empenho e entusiasmo, pois era uma forma de exorcizarem a incerteza e o desalento que impe- ravam naqueles dias. Produziram-se centenas de cartões de boas festas que seriam distribuídos pela Presidência da República, Assembleia da República, Associação 25 de Abril, Fundação Mário Soares e tantas outras instituições. Na sequência desta entrega de postais de Natal a diversas entidades, as professoras acima mencionadas foram rece- bidas pelo Chefe da Casa Militar da Presidência da Repúbli- ca, General Faria Leal que, de bom grado, acolheu a ideia de os alunos do Instituto cantarem as tradicionais “Janei- ras” ao Sr. Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, no dia 4 de Janeiro de 2002 e cujo objectivo seria o de dar visi- bilidade aos Pupilos. O Sargento-Mor José Nogueira, gran- de maestro do Grupo Coral e instrumental do IMPE, conse- guiu pôr alunos e professores a cantar, afinadíssimos, uma tradicional melodia dos Açores, com letra adaptada à difícil situação que o Instituto atravessava. Este momento fê-los sentirem-se revigorados com a esperança “num futuro sempre melhor”.
Enquanto a indefinição se ia apoderando de todos a cada dia, o maestro SM Nogueira, teve a extraordinária ideia de conceber uma música para/sobre os Pupilos. Ten- do criado os arranjos, chamou alguns professores para ou- virem e darem opinião. A música era linda, mas faltava a
letra! Surgiu, então, de uma forma espontânea, a parceria para o efeito – O Sargento-Mor Nogueira e a Professora Marília Gama dedicaram-se a essa tarefa e que tão bem re- sultou –. O “Pilão Nossa Casa” expunha a sensibilidade pi- lónica desses dias intranquilos – “Nossas vozes Gritarão, queremos ir mais além, ao som desta emoção se cantará” – e actuava como estímulo no agir colectivo em prol do Pi- lão a Nossa Casa.
Após alguns avanços e recuos a determinação não tinha enfraquecido, pelo contrário, novas estratégias iam des- pontando com o objectivo de estruturar um “Pilão unido, pilão mais forte, pilão pra sempre”. Assim, e resumindo, depois da audiência com o Ministro da Defesa Nacional, Dr. Paulo Portas, na sequência de uma Carta Aberta escrita pelos Professores Ana Jacinto, Miguel Gonçalves e Marília Gama, lá chegaria o Despacho No112/MEDN/2003, 23 de Maio que determinava a reabertura dos Pupilos.
Dois dias depois comemorava-se os noventa e dois anos de história do Instituto. E que comemoração! No final das actividades o Grupo Coral e Instrumental do Instituto, diri- gido pelo maestro SM Nogueira, saudou os presentes (mui- tos) com o “Pilão Nossa Casa”. que dizer desse momento? O auditório ficou em silêncio absoluto antes dos primeiros acordes soarem, mas quando soaram com toda a “garra” e fervor, puderam todos apreciar cada nota e cada palavra que iam sendo executadas como nunca antes se tinha ouvi- do! Ali e além viam-se olhos lacrimejantes em rostos feli- zes! “Recordação perdurará, Pilão”!
(*) Professora de História do 3o Ciclo e Ensino Secundário.
Ministrou a disciplina de História no IPE durante sete anos tendo saído em 2011
     Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • abril a junho | 37

























































































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