Page 35 - Boletim nº 251 da APE OUT a DEZ de 2018
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TEMPO DE MEMÓRIA
Sem conflitos, falar do Pilão, tempos do passado num regime autoritário, há que ter em conta a existência de “os bons, os maus, os feios”!
Ano 1955 e mais, os putos não tinham direito a nada. Épocas em que ser mais velho, era sinónimo de “chefe”, como tal, após alvorada cama do chefe tinha de ser feita.
Manhã cedo a “cornetada” toca, corrida para o duche, banho quente e rápido. Quando já coberto de espuma de sabão (adeus ó sabonete), chega o chefe e ...puto cheirou está a sair, pacientemente o puto ensaboado, aguardava a sua vez.
Havia camaradagem e respeitinho pois chefe é chefe, aprendi que não bufa, xui e... por aqui fico.
Naqueles tempos surgiu uma figura que marcou gera- ções pela positiva, mas também pela negativa, respeito to- das as opiniões.
Pessoa austera, de rigor absolutista, tramou e bem, os chefes dos duches. Quem metia “a pata-na-poça”, fosse um puto ou mais velho, era punível.
Vulgarizou-se o uso da “separação /choça”. Só se saía do buraco para ir às aulas ou para ir ao médico. Tudo nos dita- mes e nos conformes!
Por cada dia de “sombra” um fim-de-semana sem sair, para humilhação total, corte de cabelo à escovinha, na nos- sa gíria, uma “ékada”. Era o acumular de todas as dores.
Essa figura de respeito, era o Diretor, “o Di”, o Instituto a sua Casa. Capa negra, não sorria, assustava. Para mim puto, “o Mau”.
Na minha formação, tive professores bons e exigentes, no entanto sinto que muito importantes foram os Mestres, injustamente muito esquecidos. Gente que pela prática, me ensinou como analisar um problema, como o abordar, a sua resolução, conhecer e usar a ferramenta certa, respeitá-la, pois é a extensão das nossas mãos.
Os Mestres, tão pouco falados, para mim ”os Bons”!
Ginástica, professor Robalo Gouveia, liderava também na área do atletismo escolar.
Para que não haja dúvidas, per- tenci à “classe que usava bragas” ou seja calções largos e curtos.
Atletismo. O meu forte o salto em altura, baixote, mas com muita mola!
Um dia, Campeonato Nacional Escolar, finais no estádio do Jamor (anexos), salto em altura, num esti- lo conhecido á época por lá-vai- -alho, passo a fasquia. A medalha é minha, o prémio do Pilão. Coisas do “Querer é Poder”.
Quanto ao professor responsável pela área, nem um “porreiro pá “!
Claro, eu não era da classe especial... acho que foi “o Feio”.
Falar do ontem e do anteontem não é querer voltar atrás, pois, tal acontecer... seria uma doce burrice!
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Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • Outubro-Dezembro | 33
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Fernando Cristo
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