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POEsIA












                                 O meu país                                            7 Anos

           ANTóNIO BARROSO                                    JOAQUIM CABO VERDE
           19460120                                           19490309


                    Amo um país à beira mar plantado,                        7 anos eu fui casado
                  Quero à bandeira tremulando ao vento,                       7 anos tive 3 casas
                    E sinto, no peito, um calor sagrado,                     7 anos duas amantes
                    Vendo o sol no azul do firmamento.                           uma mulher
                                                                                  e 3 caras
                   Quero ao seu verde campo iluminado,                       7 anos cortei as asas
                   Nos dourados trigais, meu pensamento                      7 anos perdi amarras
                     Vagueia feliz, sereno e repousado,                   foram mais anos 7 anos que
                 Como num mundo onde parasse o tempo.                     o tempo em que tu reparas
                                                                             casei por força da lei
                    E em cada papoila eu vejo, de novo,                      fiz filhos de habitual
                   O sangue são, vermelho, do seu povo,                    tive um parecido comigo
                    Bater num coração que é ancestral.                    e um parecido com a moral
                                                                            ai que conho de 7 anos
                     Oh! País que nos tens a todos nós.
                   Oh! Pátria de meus pais e meus avós,                      foram 7 anos 7 anos
                    Teu nome faz a história: – Portugal!                    7 anos de tempo igual








                                E depois dos

                                  setenta…

           ANTóNIO BOAVIDA PINhEIRO
           19460033


                       Quando os setenta passares,
                        Nesse tempo que perdura,
                        Estás com teus familiares,
                          Na idade da ternura...

                        E se aos oitenta chegares,
                         Boa idade, quem diria?
                      Já com poucos dos teus pares,
                           Idade é sabedoria...

                       Mas aos noventa, pois bem!
                          Bate ainda o coração?
                           Idade da santidade


                       Pois que se passares dos cem,
                         Coisa rara... pois então,
                       Caminhas para a eternidade...


                                                                             Boletim da Associação dos Pupilos do Exército  |  51
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