Page 50 - Boletim APE_224
P. 50
NOTAs... sOLTAs
e 50 "pilónicos", os da minha vivência directa no Institu-
to.
Em Portugal sempre houve – e ainda há... – bons de-
fesas centrais, de Jorge Vieira a Germano, de Vítor Guilhar
a Manuel Passos, sem esquecer os ainda "jovens" Humber-
to Coelho e Fernando Couto.
DAVID SEQUERRA
19430333 Mas é de "pilões" que queremos tratar e começamos
pelo aluno mais alto da geração de há quase 70 anos, o
Amilcar Monteiro, dito "Monteirão", o 57 finalista de 1943,
quando tomou rumo à Escola do Exército (S.A.M).
Carlos Manuel Vargas Nessa equipa do IPE de 1942/43, as "vedetas" atacan-
(19760459) tes eram o Tristão e o Fernando Diabinho (175 e 169,
respectivamente) mas quem garantia uma salutar eficácia
defensiva era o "Monteirão", com mais de um metro e
rmão mais velho do Rui, um dos bons elementos da oitenta de altura, forte personalidade, de meter respeito.
I"equipa" de colaboradores do Boletim, foi recentemente Enquanto cadete continuou em bom plano exibicional de
nomeado para a Administração do Teatro Nacional D. que a malta mais nova, como eu, ia sabendo nos meandros
Maria II, em fase de revitalização de actividade. do Instituto.
Desde há muito ligado às questões da Cultura, com Deixou-nos há bem pouco tempo mas o seu bom es-
passagem meritória pelo Teatro São Carlos, O Vargas foi tilo de "stopper" autoritário nunca foi esquecido.
destacado aluno na sua época “pilónica” e para ele vão as Meia dezena de anos depois, eis que surge na ribalta o
nossas felicitações, os votos de bom desempenho e também, Clemente Ferreira (1939-0124), popularizado como “Porca"
logicamente, o pedido para aparecer mais vezes nas festi- ou "Ruço", de excelente compleição física e afirmado pres-
vidades da APE e do Instituto, tal qual sucede com o seu tígio actuante que o levou a "capitanear" a tal equipa de
irmão Rui que muito prezamos. 7-0 ao Colégio Militar, em 1948, tantas vezes recordada.
Queremos ver-te por cá, CARLOS. Da actividade escolar deu o "salto" para o Benfica,
Dá-nos notícias e, se quiseres, envia-nos textos “boleti- chegando à 1ª categoria, apesar da fortíssima concorrência
nescos” na base das tuas actividades culturais. dos internacionais Moreira e "Xico" Ferreira, figuras legen-
dárias dos "encarnados".
Já como ex-aluno (o Clemente nunca foi um "ás" em
Um Salvé especial! matéria de estudos mas viria a afirmar-se, na vida, como
um bom empresário) foi ganhando umas "lecas" como
oram contemporâneos no Instituto, nos primórdios da futebolista até se decidir por fazer pela vida em Angola,
Fdécada de 50 e nem sei qual foi (e é) o seu relaciona- mais propriamente em Luanda onde se afirmou tão dinâ-
mento directo. Mas sei, isso sim, que ambos têm eviden- mico como nos tempos de jogador, no "Pilão" e no Benfica.
ciado uma muito elogiável devoção ao IPE e à Associação Da malta do meu tempo ninguém se esquece de Cle-
que congrega os seus ex-alunos. mente Ferreira.
Correndo o risco de ferir susceptibilidades mas cum- ***
prindo um dever de consciência aqui deixo, neste estilo
acelerado, o meu apreço a dois "pilões" dignos da nossa Já na década de 50, um "rapaz" do meu curso, colega
melhor estima: Alfredo Moura e "Zeca" Pereira. deste "caloiro", afirmou-se como um bom defesa-central:
E que bom seria se houvesse mais uns quantos ex- o José Matos Silva (1943.0181) por alcunha o "Garrafão",
-alunos tão pegados à gratidão "pilónica" como o Alfredo ele que era alto e longilíneo, nada tendo de bojudo. Riba-
e o “Zeca”. Para ambos, um SALVÉ especial! tejano, de Torres Novas, terminou o Curso de Máquinas e
Electrotecnia em 1952 e nesse mesmo ano se distinguiria
a jogar no Desportivo de Torres Novas, fazendo da agili-
Os defesas centrais – do dade e do jogo de cabeça as suas "armas" principais.
Foi bastante curta a sua experiência no futebol com-
Monteirão ao "Garrafão" petitivo, afectado pelas novas exigências da sua vida pro-
fissional. Podia ter ido mais além mas o "Garrafão" de
feitio muito especial, engordou e talvez se tenha dado mal
epois de termos evocado os "craques" dos lugares
Dde guarda-redes e de avançados-centro, cumpro hoje com os meandros do futebol. Mas lá que foi, quando "pi-
um novo exercício de memória centrado nos defesas- lão", um bom "central" ninguém duvide.
centrais, também designados por "stoppers", nos anos 40 ***
48 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército