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associação dos PuPilos do exército
António Pena (1947.0194) eventuais ausências, ficou surpreendido
com meia dúzia de faltas de bons ami-
“Jubilação” gos, mas, disse, que preferiu não ter
lembrado (pressionado) família,
Na sequência da ideia que vinha sendo divulgada pelo colegas, alunos (actuais e antigos) e
Coronel/Doutor António Pena – terminar a docência uni- militares dos mundos informados
versitária aos 75 anos – realizou-se no Auditório Agostinho institucionalmente pela ECATI/
da Silva na Universidade Lusófona de Humanidades e ULHT (Revista Militar, AM, CM, IMPE, EPI, EPC, EPT,
Tecnologias (ULHT), em 13 de Janeiro, a sua “jubilação”. RT, CME, APE, A25A, AOFA e ASMIR) e um pequeno
Na verdade tratou-se de acto de jubilação especial, longe conjunto de amigas e amigos de diversas áreas e idades.
da institucional no mundo académico do Estado (Professo- O acto correu bem, mas destacou-se a pontualidade,
res Catedráticos com 70 anos de idade). O Pena trabalha começar/acabar; as intervenções da (mesa) de modo par-
na Lusófona desde o ano lectivo 1996/97, após passagem ticular os professores, Bragança de Miranda e Manuel José
à situação de reserva em Março de 1996. Damásio e a plateia, as pessoas, o seu estar, o seu aspecto
O evento foi presidido pela Dra. Conceição Soeiro de satisfação. O Pena salientou ainda como de gostosa
(Direcção da COFAC – Cooperativa que integra o Grupo surpresa o elevado nível da representação do Instituto
Lusófona) estando na mesa o Reitor da ULHT, o Ten. Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT/Portimão), onde
coordena o curso Engenharia Informática.
General Quesada Pastor (Director Honorário da Arma de Os antigos pilões que estiveram naquela “jubilação”
Transmissões) e os Professores Bragança de Miranda (Di-
rector da Escola de Comunicação, Artes e Tecnologias da ficaram a saber, sentiram, que vale a pena trabalhar com
humildade, verdade e continuidade.
Informação/ULHT) e Manuel José Damásio (Administra- Parabéns amigo e camarada António Pena.
dor Adjunto do Grupo Lusófona) Obrigado pela oportuna lição.
A “jubilação” interligou três percursos: carreira militar;
qualificação de âmbito superior e docência universitária. José Franco Leandro
Na minha percepção de camarada e amigo do Pena sen- 1951.0321
tado no auditório, verificou-se que os objectivos foram Era um fim de tarde frio, do passado 13 de Janeiro,
conseguidos. Na carreira militar existiu constante disponi- quando rumei à Lusófona. Não tenho prática de circular
bilidade para aprender e ensinar. Na longa passagem pela em ambientes universitários, mas o intenso movimento de
formação superior, licenciatura, mestrado e doutoramento alunos, e certamente professores também, trouxe-me à
(Nov1988 a Jan2006 na FCSH/UNL) emergiu bem-estar memória passada e futura, uma certa nostalgia por nunca
e jovial vivência provocada por aquele tipo de aprendiza- ter vivenciado aquele frenesim de quem se empenha na
gem. Pelo aspecto da plateia parecia que toda ela estava aprendizagem e no ensino do conhecimento académico.
disponível para voltar ao estudo. Por fim o nosso António Não que ao longo da minha vida, o conhecimento empíri-
Pena passou em revista os pontos principais das disciplinas co e autodidacta, não tenha feito igualmente parte do meu
que leccionou ao longo dos últimos quinze anos lectivos. percurso, do meu crescimento e da minha razão de vida.
Naquele espaço temporal (19h00 às 21h00) notou-se Foi uma outra via do conhecimento, que ainda hoje
apreço do mundo académico pela presença de camaradas continua e continuará e que me dá a garantia de nunca
militares de visibilidade mediática como o General Lou- parar de aprender, mas confesso que o percurso que fiz até
reiro dos Santos o Coronel Otelo Saraiva de Carvalho, o ao Auditório Agostinho da Silva, personagem que tanto
Coronel Vasco Lourenço e outros, em especial do Ten. admiro, fez com que no meu espírito desfilasse uma miría-
General Director Honorário da Arma de Transmissões, do de de coisas que gostaria de ter feito e nunca ainda realizei...
Maj. General Presidente do Conselho da Arma e ainda da Reconheço que sempre fui mais um sonhador do que
representação da AM, CM, EPI e RT, com os seus oficiais alguém com ambição, e como sonhador que sou, fui cons-
fardados. De notar, também, a presença de ex-alunos do truindo um mundo mais interior e idílico, se bem que com
I.P.E., o Assis (1944.0068), Garção (1948.0151), Magro forte convicção nos meus princípios e valores, mas também
(1952.0206), Pedroso da Silva (1951.0414), Ernâni Balsa nos meus ideais mais marcantes. A caminhada da vida
(1960.0300) e o próprio. Os participantes, dum modo faz-me cada vez mais consciente de que é a conjugação
geral, valorizaram o Grupo Lusófona como Escola a cami- do sonho e da ambição que nos fazem cumprir os nossos
nho da excelência pela sua inovação na forma como enal- desígnios mais fortes e íntimos.
tece quem a serve. Embora tivesse havido “casa cheia” Instalado já numa das primeiras filas do auditório, vis-
no fim perguntei ao Pena se tinha alguma mágoa com lumbrei o meu amigo e camarada Pena, o Coronel e Prof.
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