Page 14 - Boletim 273 da APE
P. 14
12
GUARDA DE HONRA À BANDEIRA
Fui admitido no Instituto em Outubro de 1972, e nos primeiros anos, um dos serviços que tínhamos de realizar ao Domingo, fizesse chuva ou fizesse sol, era a Guarda de Honra à Bandeira Nacional. Pela manhã, antes do pequeno-almoço, hasteava-se a bandeira na entrada do Instituto, e antes do jantar, arriava-se a bandeira.
QUEM TINHA DE FAZER
Quem fazia este serviço eram os alunos mais novos, uma vez que os mais velhos já o tinham realizado nos seus primeiros anos, estando agora devidamente dispensados desta tarefa.
Com todos os alunos da Companhia, era feita uma escala e, semanalmente, através de publicação no placar, eram definidos os alunos que iriam fazer parte da Guarda de Honra no fim-de-semana seguinte. Era um sistema rotativo por ordem numérica, sendo também escalado um aluno graduado para comandar o pelotão.
O FARDAMENTO
Para a Guarda de Honra à Bandeira, tínhamos de nos fardar com o uniforme de saída, colocar os suspensórios e as granadeiras. Usávamos para o efeito a arma Mannlicher, a qual levantávamos na Sala de Armas junto ao edifício do Refeitório.
A CERIMÓNIA
Depois de devidamente uniformizados, formados e alinhados por alturas, o aluno graduado munido de espada comandava o grupo. Iniciávamos a marcha com o passo certo em direcção à Portaria, onde parávamos e ficávamos em sentido, mesmo em frente ao edifício que possuía o mastro da bandeira, na Travessa de S. Domingos de Benfica.
Neste local, o Oficial de Dia e o Clarim de Serviço completavam a equipa que iria participar na cerimónia de hastear ou arriar a bandeira. Seguindo as orientações do Oficial de Dia, o aluno graduado dava a ordem de ombro arma, e em seguida, apresentar arma.
O Clarim tocava o toque apropriado ao momento. O Porteiro de serviço ou um soldado ordenança subia ou descia a bandeira caso fosse de manhã ou de tarde.
Tínhamos de fazer esta formatura duas vezes por dia.
NÃO SAÍR NO FIM DE SEMANA
Quando era escalado, realizava o serviço, e a mim não me fazia grande diferença, porque passava no Instituto todos os fins-de-semana.
Era mais o trabalho de fardar e desfardar, do que o de formar, levantar a arma, desfilar, e realizar a cerimónia, que até era relativamente simples de executar, quando comparada com outras cerimónias militares que normalmente realizávamos.
Esta tarefa de fardar e desfardar tinha de ser realizada duas vezes nesse dia, o que nos complicava os estudos, quando estávamos a estudar, ou a brincadeira, quando estávamos a brincar. E, como tinha horário definido, não podíamos facilitar.