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NOTÍCIAS DO IPE 35
BOLETIM APE | JUL/SET 2023
As aprendizagens no “centro” da vida escolar assentam
em quatro pilares fundamentais: (1) aprender a conhecer, (2)
aprender a fazer, (3) aprender a ser, (4) aprender a conviver.
O foco da Escola passa a ser a renovação constante das
competências do aluno para a vida, como um todo.
Por outro lado, “Os cursos profissionais deverão assegurar
a aquisição de um conjunto de competências que possibilitem
aos jovens a adaptação a um futuro incerto, em termos
tecnológicos e sociais, que incluam “as vertentes do saber, do
saber-fazer, do saber-ser e do saber-tornar-se” (em “O ensino
profissional na escola secundária pública portuguesa: Percepções
dos seus principais agentes educativos”).
As dez competências chave, são:
1. fazer-se entender, criar um sentido, dar significado
(Sensemaking);
2. Inteligência Social (Social Intelligence);
3. Pensamento Inovador e Adaptativo (Innovative and
Adaptive Thinking);
4. Competência Intercultural (Intercultural Competence);
5. Pensamento Computacional (Computational Thinking);
6. Alfabetização Digital (Digital Literacy);
7. Multidisciplinaridade (Multidisciplinarity);
8. Resolver problemas ao criar e avaliar alternativas (Design
Mentality);
9. Gestão de Conhecimento (Knowledge Management);
10. Colaboração Virtual (Virtual Collaboration).
Perante uma atualidade marcada por mudanças
constantes, evolução tecnológica, sociedade do conhecimento,
imprevisibilidade e incerteza, as competências necessárias são a
adaptabilidade, a flexibilidade, a capacidade de enfrentar novos
desafios, manter o acesso à informação e ao entendimento do
mundo.
Perante a mudança da noção de tempo e espaço, é
necessário desenvolver a capacidade de gerir a distância, a
autonomia e investir na aprendizagem permanente.
Para dar resposta a uma forma de trabalho mais informal
e descontínuo, competências como a criatividade, pensamento
crítico, iniciativa, resiliência e capacidade de reinventar-se são
fundamentais e determinantes.
Com as novas formas de atuação das lideranças, menos
autoritárias, é essencial que os novos líderes sejam capazes
de despertar o entusiasmo e de manter um clima saudável e
estimular o sentimento de pertença, procurando vislumbrar
possibilidades de solução em situações de grande pressão e
responsabilidade.
No centro de todas estas competências necessárias está a
aprendizagem contínua.
O papel da tecnologia e das competências digitais não pode
ser sobrestimado no futuro da educação e do trabalho.
Quais serão então as profissões do futuro?
Vários autores, em estudos sobre as competências
essenciais para 2035, concluíram que as profissões do futuro
serão na área da:
– Saúde/cuidados sociais;
– Educação (a necessidade de aprendizagem ao longo da
vida para acompanhar a evolução diária);
– Informação e Comunicação.
O Fórum Economico Mundial de 2022, releva que as
profissões do futuro são no setor social, salientando as profissões
na área da Educação, Ensino e Cuidados de Saúde.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico, em 2022, reforça as áreas dos Cuidados de saúde,
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), Computing e
Big data.
No IPE estamos atentos e procuramos ir ao encontro das
necessidades identificadas.
Fazem parte da nossa oferta formativa os cursos
profissionais de nível 4 de:
Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos
(TGPSI), Técnico de Manutenção Industrial, Metalurgia e
Metalomecânica (TMIMM), Técnico de Gestão (TG), Técnico de
Eletrónica, Automação e Comando (TEAC), Técnico de Desporto
(TD).
Para além desta oferta curricular, faz parte também do
Currículo a Instrução de Matriz Militar (IMM) que releva o
espírito de camaradagem, os valores e a ética, facilmente
associados às competências comportamentais ou soft skills.
Ao terminar o ensino profissional o aluno tem em aberto
mais oportunidades de prosseguir os seus estudos no ensino
superior.
Para além do Concurso Geral de Acesso, os alunos têm
a possibilidade de realizar o concurso especial de acesso
destinado exclusivamente a alunos do ensino profissional.
Existem também os Cursos Técnicos Superiores nas áreas
dos cursos que o IPE ministra. Os alunos podem candidatar-
-se sem a necessidade de realizar exames nacionais.
A média obtida no Curso Profissional realizado é o critério de
admissão utilizado para o ingresso nos mesmos.
Estes cursos têm a duração de 2 anos, incluindo um
estágio profissional com a duração de 6 meses. O aluno repete
novamente, após o ensino secundário, a sua experiência no
mercado de trabalho, desenvolvendo, igualmente, as suas
competências académicas, sociais, pessoais e profissionais.
No final deste curso, consoante as equivalências obtidas,
os alunos podem ingressar diretamente no primeiro ou no
segundo ano da licenciatura.
Independentemente do percurso formativo escolhido,
as competências desenvolvidas por estes alunos, entre elas a
adaptabilidade e resiliência, nunca dissociadas do lema “Querer
é Poder”, dão-lhes vantagens em termos académicos, pessoais
e profissionais.
Em conclusão, o futuro da educação e do trabalho está em
constante evolução e exige que os indivíduos e a sociedade
como um todo se adaptem e adquiram continuamente novas
competências. Campos de treino, aprendizagem contínua,
proficiência tecnológica, programas interdisciplinares e
educação a todos os níveis são todos fatores importantes na
preparação para o futuro do trabalho.
*Professora de Inglês dos Ensinos Básico e Secundário Profissional no
Instituto dos Pupilos do Exército desde 2001, com funções desde diretora
de turma a coordenadora do secretariado de exames e de visitas de
estudo. Em setembro de 2020 assumiu as funções de Coordenadora
Pedagógica. Possui a Especialização em Ciências da Educação no Ramo de
Formação Educacional e o Mestrado em Gestão e Administração Escolar.