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 senvolvidos a sofrer com as consequências das alterações climáticas, é nos grandes centros urbanos que se testemu- nham as altas temperaturas. Esta particularidade deve-se à falta de vegetação típica de zonas urbanas e de super- fícies artificiais como cimento e alcatrão que absorvem e emitem calor.
As alterações climáticas não podem continuar a ser vis- tas como uma medida de protesto associada aos “hippies verdes” dos anos 70, já que a mesma tem consequências colossais para a economia, saúde e bem-estar de qualquer indivíduo. Quem não estabelece uma ligação entre, por exemplo, a perda de solo saudável e fértil, falta de água, condições climatéricas ideais com a escassez de comida e trabalho, só posso partir do pressuposto que vive numa re- alidade fantasiosa e não compreende, de todo, o conceito de ecologia humana.
Se é verdade que as Novas Gerações estão atentas (como demonstram as inúmeras greves climáticas estudantis) e dispostas a alterar hábitos e a inovar, também é verdade que continuamos inteiramente dependentes das decisões e condutas das Gerações Anteriores, que continuam na linha da frente e nos conduziram ao ponto onde nos encontramos hoje. São as gerações mais antigas que continuam a deter o poder de fazer a diferença que os jovens ambicionam e precisam para o seu sucesso,
CULTURA E CONHECIMENTO
BOLETIM APE | ABR/JUN 2023
no futuro. A discussão já não se trata da veridicidade ou não das alterações climáticas. Estamos a experienciá-las em tempo real. Acelerar as soluções climáticas não só é extremamente necessário para um futuro mais verde, como pode fortalecer economias e criar empregos. É necessário reduzir os gases de efeito de estufa na atmosfera, através da redução de emissões e aumento do sequestro de carbono (neutralizar aquilo que produzimos, colaborando por exemplo com associações ambientais) e adaptar o país às mudanças previsíveis, que irão ocorrer em Portugal, para minimizar os seus efeitos negativos. É preciso ouvir aquilo que a ciência tem para dizer, criar e aplicar novas políticas públicas que visem responder às exigências de conferências das quais somos membros, como a COP27, e enquadrá-las devidamente e de forma sustentável na realidade do nosso país.
Precisamos de reformas políticas, mas também de mu- danças nas escolhas do dia- a-dia de cada um de nós. É necessário que os nossos pais e avós sejam parte e escuta ativa da resolução deste problema e não meros espeta- dores. Sejam eles dirigentes políticos, CEO’s de empresas, associações, donos de casa. É fundamental que se juntem aos nossos esforços e nos permitam ter um futuro igual ao que tiveram, não menosprezando o ativismo e a força de vontade que são o motor do futuro. Possibilitem-nos
abraçar novas práticas, como é o caso da implementação de projetos como “MiniFlorestas para Mega- Aprendizagens” da 1Planet4All, no IPE, e, a continuar a mudar o pa- radigma da realidade nacional ao subir no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas.
Mas sobretudo oiçam-nos. Or- ganizem e ajustem a vossa menta- lidade à realidade de hoje. Estamos mais perto do ano 2050 do que de 1970, e nós seremos os adultos no ativo que estarão cá para ver.
*Mariana Magro, filha do AA Jose Magro (19770041) e AA Elsa Martins Magro (19871013).
Estudante de Biologia, fundadora do núcleo dos Estudantes de Biologia do ISPA e fazendo parte atualmente da Direção da Associação de Estudantes.
Faz parte da Direção da Associação ADN – uma associação, de Âmbito nacional sem fins lucrativos, que tem como objetivo a defesa e valorização do ambiente e do património natural construído, bem como a conservação da Natureza.
Participou e participa em vários projetos, de proteção e comportamento animal e proteção e conservação da Natureza. Empreendedora, aventureira e defensora da causa animal e direitos humanos, participando ativamente em voluntariado e atividades.
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