Page 34 - Boletim numero 261 da APE
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HISTÓRIAS À LUPA BOLETIM APE | ABR/JUN 2021 Fonte da Madalena
No livro “Malta Brava” de Alexandre Cabral (AA 19290072 – José dos Santos Cabral) esta fonte é designada por “Gruta da Madalena” e é profusamente referida, nomeadamente nas páginas seguintes da 3a Edição, dada à estampa pela APE em Junho de 2020, onde é assim descrita:
“Ouvira falar da gruta como de obra maravilhosa. Uma autêntica obra de arte, coberta de azulejos vistosos, com uma fontezinha ao fundo de três degraus, onde os frades se recolhiam em meditação, ao cabo das canseiras na horta, e os educandos aproveitaram depois para ponto clandestino de reunião. Era proibido ir para lá. Ele nunca a vira e perdia agora a melhor oportunidade de a conhecer” (pág. 15).
O imaginário amoroso dos alunos dela tira partido:
“Diziam uns que o patife andava de namoro com uma ra- pariga e convencera-a a vir passar a noite à Gruta da Madale- na” (pág. 24) e “A imaginação levou-o para a Gruta da Ma- dalena na companhia da rapariga” (pág. 58).
Também servia para tribunal dos alunos que ali aproveita- vam para “Realizar o julgamento na Gruta da Madalena era uma boa ideia. A maioria, se não a totalidade, desconhecia-a. E não podiam ter escolhido um cenário mais apropriado. Ha- via ainda uma outra vantagem: ficavam a conhecê-la” (pág. 127).
Ficando entregue à sua sorte noite fora: “Em breve a Gru- ta da Madalena ficara deserta. Voltava à sua tranquilidade centenária,confidenteternadossegredosqueanatureza lhe sussurrava durante a noite” (pág. 135).
Também lhe foram conferidos destinos menos nobres como aconteceu no meu tempo (Década de 60 do Século Passado) quando ali funcionava uma mera arrecadação de calçado, seguindo-se-lhe a tipografia do Sr. Vieira.
A fotografia mais antiga que se conhece é esta onde aparece en- quadrada por vegeta- ção exuberante fixada numa parede exterior, que tudo indica é ante- rior ao edificado hoje ali existente da autoria dos Arquitectos Frede- rico Caetano de Carva- lho e Amílcar Pinto, in Revista “A Arquitectu- ra Portuguesa” – Ano XIX – Lisboa Fevereiro de 1926.
Rogério Gonçalves
Prata (19320296) na
sua rubrica “Dos Claus-
tros da 1.a ao Ginásio da 2.a” a ela se referiu bastas vezes, como aconteceu na pág. 12 do Boletim APE no 61 de Jul/Set 1970, da seguinte forma: “E assim, ao construírem o edifício,
   e o Sátiro
Para que conste, no terreno envolvente do Convento de S. Domingos de Benfica, designado “cerca do con- vento”, havia duas fontes: o Sátiro e a Madalena.
A Fonte do Sátiro, já desaparecida, que os Pupilos do Exército receberam já muito maltratada em 1911 dos frades domínicos, como o confirma Gabriel Pereira (Gabriel Victor do Monte Pereira – Évora, 1847 – Lisboa, 1911), escritor dos fins do século passado, segundo artigo escrito pelo AA 19210101 – Alberto Santos Lino (Fundador do nosso Boletim) na pág. 5 do Boletim S/n de 25Maio1954.
Santos Lino no artigo acima mencionado referre-se ao Sá- tiro desta fonte nos termos seguintes:
“Paz à sua alma nos caboucos do refeitório onde agora repousa infeliz e que a sua ira se aplaque com a certeza de que há pelo menos um «Pupilo» que o recorda e o passa- ria à posteridade nas páginas deste Boletim, se dele se não tivesse ocupado já a pena brilhante do clássico Frei Luís de Sousa...”
Fonte da Madalena – 1a Secção 1m
Mário Nobre (AA 19170215) também men- ciona a “Fonte do Sá- tiro” na pág. 2 do Bo- letim APE no 8 de 31Dez1957 da seguinte forma “No tempo em que eu era pupilo, quem saísse do Claus- tro pela porta que dá para a Parada superior (cerca, no dizer con- ventual) e mal se asso- masse ao parapeito do patamar, via, em baixo e no sítio onde hoje se ergue a escada para o Refeitório, cavado num plano inferior ao
António Ribeiro da Silva 19600093
  da Parada, um pequeno tanque de pedra recortada e de bor- da rente ao chão.
O acesso a esse tanque era feito por quatro ou cinco degraus, ladeados por varandins de ferro. Sentado, com os pés apoiados na borda do tanque e de costas para a pa- rede...”
A Revista “Ilustração Portuguesa” na pág. 383 do no 12 de 14 de Maio de 1906 também a descreve, numa reportagem do jornalista Rocha Martins sobre o Convento de S. Domin- gos de Benfica, que ilustra com esta imagem.
Foi fonte de pouca dura na vida da nossa Escola, pelo que só as primeiras gerações tiveram o privilégio de a conhecer, ficando depois soterrada nos alicerces do actual Refeitório da 1a Secção.
Já a Fonte da Madalena pertence ao imaginário e vivência de muitas mais gerações de Pilões.
Ilustração Portuguesa – 12-14 Maio 1906 – Frei Luís de Sousa – pág. 383
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