Page 14 - Boletim numero 256 da APE
P. 14

 CARAS DO PILÃO
 SMor Nogueira...
              OSMor José Manuel Nogueira é uma daquelas pesso- as, que tem uma espécie de aura de boa-disposição, que se espalha em seu redor. à minha frente tinha um senhor de cabelo prateado, olhos azuis brilhantes, sorri- so generoso e um entusiasmo que nos cativou nas primeiras palavras (a mim e à Ana Oliveira). Quase que nos fez esque- cer o nosso principal propósito, que era dar a conhecer mais uma cara do Pilão.
A música sempre fez parte da vida do SMor Nogueira, foi no conservatório de Música de Lisboa que concluiu Saxofo- ne, Formação Musical, Acústica, História da Música e Com- posição. Lecionou em várias escolas a disciplina de Educa- ção Musical. Mas, foi ainda quando estava na Banda da Armada Portuguesa, percorrendo os diversos postos da hie- rarquia até Sargento Mor, onde era o Subchefe da Banda da Armada, que surgiu, em 1995, o convite por parte do Coro- nel Virtuoso (Secretário Escolar à época) para dirigir o coro do IPE. O seu interesse em lecionar no IPE, era muito, até porque tinha lá tido a estudar a sua filha Isabel Nogueira (19911525) e o seu atual genro, Nuno Santos (19830480). O Grupo Coral e Instrumental do IPE foi fundado em janeiro de 1979, pelo Professor Raúl Miranda (um ícone na memória de muitos Antigos Alunos) e o desafio seria depois da sua saída e de uma curta interrupção (em que passaram pelo IPE vários professores), voltar a reorganizar o mesmo e tor- ná-lo novamente no ex-libris do IPE. Depois de algumas con- trariedades (por as chefias na marinha não verem de bom grado que lecionasse também no IPE) decidiu sair para a reserva, e depois com um pedido do Chefe do Estado-Maior
Elsa Martins Magro
19871013
da Armada da altura, voltar para a reserva ativa (uma vez que não podia acumular o seu estado de pensionista com um ordenado da função pública) e é assim, com o estatuto de militar, que entra em 1996 nos Pupilos para assumir o grupo coral e instrumental do IPE.
Confessa-nos que na altura encontrou um coro total- mente “Desbaratado”, com miúdos desmotivados. Os miú- dos na altura organizavam-se como podiam, mas não era claramente o Grupo Coral que estava habituado a ouvir. Para ajudar, o dia de ensaios era às “quartas-feiras”, depois da instrução militar, e o grande objetivo de todos os alunos era saírem do IPE. Por isso, dos aproximadamente cento e vinte voluntários (obrigados), apareciam talvez uns trinta.
Durante algum tempo debateu-se com esse problema, chamou internamente a atenção para a situação, sem que nada se resolvesse, e ainda com a preocupação acrescida por o encontro de coros dos 3 EME (Estabelecimentos Mili- tares de Ensino), um dos expoentes máximos dos eventos do coro, ser dali a poucas semanas.
Já com algum desespero e por se sentir de mãos atadas, resolveu debater a situação com o seu genro, que pronta- mente lhe deu uma solução: “Ele que falasse com o coman- dante de batalhão e com os graduados, depois disso teria
                12 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • janeiro a março
Fotos de Elsa Martins Magro























































































   12   13   14   15   16