Page 7 - Anexo do Boletim Numero 255 da APE
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EUCARIONTE
3- Conceito de vida
A vida no Arqueano já existia em organismos multicelulares.
Para Aleksandr Oparin (1894-1980) biólogo e bioquímico russo, precursor dos estudos sobre a origem da vida “a vida aparece logo que é atingido o nível de organização suficiente no seio do protoplasma (o interior da célula do núcleo à membrana plásmica) para que um metabolismo primitivo se possa elaborar”.
No laboratório do Nobel da química (1934) Harold Clayton Urey, um jovem estudante universitário de seu nome Stanley Miller realizou a primeira experiência concebida para tentar recriar as reacções responsáveis pelo aparecimento da vida na Terra primitiva. No fundo de uma retorta Miller simulou um oceano minúsculo, que aqueceu para produzir vapor de água. O vapor libertado subia pelo tubo da retorta onde se misturava com metano, amoníaco e hidrogénio, para reproduzir a atmosfera que rodeava a Terra nos seus primórdios. A seguir, expôs esta atmosfera experimental a descargas eléctricas para reproduzir os raios que levavam os gases a reagirem uns com os outros. Perante o seu olhar atónito, a água ficou cor de rosa no primeiro dia e ao fim de uma semana adquiriu uma cor vermelha intensa tornando-se turva.
Quando Stanley analisou o líquido, descobriu com assombro que continha aminoácidos, as peças com que se constroem as proteínas imprescindíveis à vida, elos de base de toda a cadeia.
E a revista Time concluia:” Milley e Urey não acreditam que criaram vida. O que fizeram foi demonstrar que os compostos orgânicos da matéria viva se podem formar mediante reacções químicas, a partir dos gases mais abundantes na atmosfera terrestre” ( Histórias da Terra” Elena Sanz).
Segundo Darwin as primeiras moléculas orgânicas ter- se-iam formado “em alguns mares quentes contendo todas as espécies de sais amoniacais e fosfóricos, na presença de calor, de luz e de electricidade”.
4- Ácidos Nucleicos
ADN e ARN são moléculas capazes de armazenar e trans- mitir informação genética.
O ADN e o ARN são junções de quatro moléculas (Monó- meros) que, postos topo a topo formam longos filamentos:
o ARN, de um só elemento, é frágil, o ADN é constituído por dois filamentos complementares, colados entre eles, for- mando uma dupla hélice muito estável, conforme a ima- gem.
O ARN auto-replica-se enquanto o ADN necessita da in- tervenção de enzimas especializados (proteínas de replica- ção) para ser aberto, lido, duplicado. O ARN é activo, o ADN inerte e é transcrito em ARN que será traduzido em prote- ína, porque o ARN pode armazenar informação, mas tam- bém comportar-se como uma enzima, exercendo uma acti- vidade catalítica.
O ADN é a molécula da vida, constituída por carbono, que dá instruções às células individuais de como usar a energia para desempenhar o seu papel específico no orga- nismo.
A quantidade de informação genética existente no ADN de um organismo é enorme, porque o comprimento total das moléculas pode ser descomunal: o genoma humano tem pouco mais de
3000 milhões de pares de nucleóticos de comprimento. Se representarmos cada nucleótido (Adenina A, Citosina C, Guanina G e Timina T) para imprimir um genoma humano, seriam precisos 1000 livros cada um deles com 1000 pági- nas, com 3000 letras equivalentes a 500 palavras por pá- gina. Algo como 1000 volumes maiores que D. Quixote (Francisco J. Ayala - A Origem da Humanidade e o seu futuro biológico).
As células eucarióticas são a unidade de base dos seres vivos não bacterianos e terão surgido das células procarió- ticas. Caracterizam-se por terem no seu interior um verda- deiro núcleo- (invólucro nuclear) que protege o material ge- nético ou genoma, que é composto por vários nucléolos, em pequenos compartimentos, os organelos.
Anexo Digital ao Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • outubro a dezembro | 6