Page 6 - Boletim numero 255 da APE
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CrÓniCas
19 dias a espalhar sorrisos pelo Norte de Portugal
(16 Set a 04 Out 2019)
Jorge Gambutas
19760127
Desde 1991 que a minha filosofia em relação ao mundo da bicicleta é de pedalar, por vezes sem rumo e ao mesmo tempo conviver directamente com a mãe natureza deste Planeta ainda azul, e conhecer novos lugares, novas culturas e até nova gastronomia.
Entre muitas aventuras que já participei, tenho a desta- car duas que ficaram gravadas como grandes aventuras, a primeira foi em 2011 com mais 8 ex-alunos dos Pupilos do Exército, partimos do Porto até Santiago de Compostela, fo- ram 4 dias de muita camaradem e convívio, uma experiência inesquecível, até porque estávamos também a comemorar o 100o aniversário dos Pupilos.
A segunda foi no ano de 2012, a Via Algarviana feita em 5 dias (02 Abr. a 06 Abr.) a pedalar pela serra Algarvia, co- nhecer um outro Algarve que é quase desconhecido pela maioria dos Portugueses, foi interessante conhecer a serra com a sua flora e fauna, os 30 participantes pedalaram des- de o Cabo de São Vicente até Alcoutim.
Mas como não há duas sem três, eis que este ano de 2019, realizei a minha maior aventura de sempre em bicicle- ta, foram 19 dias a pedalar pela Costa Atlântica e pelo inte- rior Norte de Portugal, a verdadeira missão desta aventura era chegar ao lugar mais a norte de Portugal, de nome Cevi- de onde está o marco de fronteira no 1. Dizem os locais que se ouve cantar os galos de 3 províncias: Minho, Pontevedra e Ourense, é um lugar de espectacular repouso no conforto da Natureza... aqui de facto começa Portugal.
É importante dizer que toda esta aventura foi idealizada e organizada pelo meu amigo e amante de bicicletas Ricardo Teixeira, já com alguma experiência “a solo” em viagens pelo País, que desta vez fez-me o convite, e eu não consegui recusar, até porque sei que seria algo diferente e gratifican- te. Confesso que não estava preparado fisicamente, mas como o Teixeira dizia sempre: “um pedal de cada vez”, e assim foi... além de ser também um excelente mecânico.
Foi uma viagem em autonomia total, sem qualquer tipo de apoio externo, e como tal, há sempre histórias para con- tar. A aventura teve início em Rio Maior, no dia 16 de Setem- bro, na residência do Teixeira, rumamos em direcção à Foz do Arelho e seguimos para norte sempre junto à Costa
                  4 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • outubro a dezembro
Atlântica, por aqui fomos ficando em alguns parques de campismo, até porque um banho quente reconforta a alma, a mente e o corpo. Na ciclovia da estrada atlântica encontra- mos um Australiano que estava a descer, do Porto para Lis- boa, o rapaz estava com problemas mecânicos, e nós como bons samaritanos lá ajudamos no que nos foi possível, esta- va acompanhado de uma Belga, esta já vinha da Bélgica e rumava para o Algarve e depois iria até à Turquia, rapariga aventureira.
Sempre que pelo caminho houvesse mesas e água, apro- veitávamos para pormos em prática os nossos dotes culiná- rios... muita massa, enlatados e alguma fruta, era quase sempre a ementa, mas também saboreamos comida de res- taurantes... e muitos bolos/doces regionais, o açúcar era uma forma de combustível...
De salientar que durante toda a nossa viagem eramos “vigiados” pelos nossos amigos no FB, com as novas tecno- logias de hoje, temos a hipótese de ir colocando fotos, e a coisa quase que se tornava numa novela, eles sempre à es- pera de fotos e nós à espera dos comentários, que nos ser- viam de apoio.
Tenho que reconhecer vários aspectos que saltam à vis- ta pelas zonas que passamos, neste caso, como já referi o Norte de Portugal, sendo eu Alentejano e vivendo no Algar- ve, reconheço que a vida é mais barata, as pessoas são sim- páticas e sobretudo é uma zona muita rica que temos do nosso passado arquitectónico, isto é, há muitas igrejas, pe- lourinhos, pontes romanas e medievais devidamente con- servadas...
...além da rica arquitectura, há ainda outra riqueza que é “ouro sobre azul” para quem gosta de fazer caminhadas e andar de bicicleta, estou a referir-me às ecopistas e ecovias, tivemos o privilégio de pedalar em muitas destas eco´s, en- tre as quais, Foz do Arelho a Caminha, Caminha a Valença,
Foto de Jorge Gambutas

















































































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