Page 38 - Boletim nº 251 da APE OUT a DEZ de 2018
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PoESia
António Boavida Pinheiro
19460033
Escoam-se os poucos dias Para o Natal chegar
E em loucas correrias, As crianças vão brincar.
De todo o lado à porfia, Correm, correm sem parar, Dão largas à fantasia Para as prendas ir comprar.
As lojas a abarrotar
De adultos e crianças
O Natal está a chegar, Mais um Natal d’ esperança.
António Barroso (Tiago)
19460120
amo
Amo acordar, sereno, em toda a madrugada, e relembrar os sonhos lindos que sonhei, todo aquele vasto mundo por onde andei, livre de me encontrar ou me perder no nada.
Amo a pequena flor que cresce, sem ter medo, e que surgiu do germinar duma semente que a terra aconchegou, em ninho permanente, p´ra que, no parto, revelasse o seu segredo.
Amo aquela formiga, em cata de alimento, ou a pequena abelha que tem por papel ir colher seiva para transformar em mel e, assim, sua grande família ter sustento.
Amo, ainda, no alto, o céu de azul pintado, e o raio de sol, travesso, que amarela o rosto, para, lá p’ra o fim da tarde, vir o sol posto que se estende no mar sem fim, alaranjado.
Quando fecho os olhos, sinto uma despedida daquilo que me rodeia... tanta beleza... que, docemente, se espalha p’la natureza
e me lembra um grande amor - Eu amo a vida!
Vida que anda, p’la natureza, em himeneus, que corre, pelos dedos, num torrão de terra, que, do cordão umbilical onde se encerra, solta um grito universal de louvor a Deus.
natal...
Lá na casa dos avós, Vai-se a família juntar, Para comer as filhós E o “gingobel” cantar.
Vem depois a consoada Numa noite benfazeja, Noite que é abençoada Com a missa na igreja.
Chamada a “missa do galo”, Como manda a tradição, Será p’ra alma um regalo E um calor p’ro coração.
Vai chegar o Deus Menino, Na noite do “caramelo”,
É Jesus tão pequenino Em seu sorriso tão belo.
E depois da meia-noite, Quando os sinos repicarem, O Pai Natal se afoite P’ra os sonhos embalarem.
Vamos pois a dar as mãos, Numa amizade total, Amigos como irmãos, Todo o ano ser Natal...
António Teixeira da Mota
19720021
toque de clarim
Recebe um beijo ao toque da Alvorada Dado num acorde adágio e afinado
De quem sonha com a vida desejada De quem desperta de um sonho inusitado.
Recebe um beijo ao toque do Recolher Dado num soberbo e lento ocaso Num perpétuo movimento ao anoitecer De sabor intenso e sentimento extravaso.
Recebe um beijo ao toque do Silêncio Dado em segredo e de discurso arredado Recebido em sigilo por teu olhar fulgêncio Em nosso conhecido código encriptado.
Recebe um beijo ao som do Clarim Requinta de agudo e intenso clamor Reflexo das vibrações sentidas por mim Ecos sagrados deste Incessante Amor.
36 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • Outubro-Dezembro 2018