Page 6 - Boletim APE 248
P. 6
EVoCaÇÕES
tEmPo DE mEmÓriA
Em tempos passados, mas não assim tão distantes, 07/Março/2013, PASC – Plataforma Activa da Socieda- de civil e a APE, organizaram o Xiii encontro público, cujo tema foi de dicado a “um modelo de ensino profissional para Portugal”.
Assim, perante uma assistência interessada, atenta e participativa, vários oradores fizeram exposição sobre o ensino profissional, sua atractividade, eficácia e consoli- dação.
Foram salientados os antecedentes do ensino técnico- -profissional do iPE com formação em contexto de trabalho nas indústrias de Defesa e nos polos tecnológicos das For- ças Armadas e de segurança.
Estive presente e atento, dado que as minhas raízes téc- nico-profissionais são “pilónicas”. opinião?... visto hoje, con- siderando a distância de alguns anos e a constante transfor- mação das pessoas e máquinas, direi que... “foi porreiro pá!” Gostei e até havia comes. A inércia continua.
Novembro de 2017. Robôs humanóides, inteligência ar- tificial, usam linguagem ameaçadora e metálica, fria, tais como “vamos roubar os vossos empregos, sim, mas vai ser coi- sa boa”.
chegou a “WEB summit”!
não haverá profissões imunes a estas máquinas, roubo de milhares de postos de trabalho os repetitivos, mecânicos e rotineiros. máquinas que aprendem e ensinam outras má- quinas, capacidade de evolução, que só as máquinas po- dem “entender”.
Fernando cristo
19550373
Ano de 1968, Stanley Kubric deu-nos, obra-prima e in- contornável, experiência no tempo, bailado de silêncios ini- ciado na pré-história da Humanidade, terminando numa nave que navega sem rumo, “2001-Odisseia no Espaço”, a inteligência natural luta contra a inteligência artificial e, am- bas se perdem num infinito, do qual não há retorno!
Voltando á terra, uma fábrica algures perto de nós, pro- duz ténis, totalmente automatizada, sem um único empre- gado de carne e osso, outra produz viaturas, indústrias de ponta de qualquer ramo, farmacêuticas inclusive, que subs- tituem trabalhadores uns em idade da reforma outros, jo- vens, sem mercado de trabalho, milhões em todo o mundo.
segurança social, reformas, tal como as conhecemos, não existem num mundo artificial e nesse mundo, as má- quinas não são tidas como contribuintes. Apocalipse... temo por filhos, netos e bisnetos, quando mentes doentias, “melenas amarelas ou com olhos em bico”, têm botões na barra da cama, gatilhos no Wc, afirmam e ameaçam, “olha ka minha é maior ka tua”!!
Entendo que o futuro, passa por uma sinergia entre o homem e a máquina, e não a substituição. sem trabalho só inteligência artificial será o genocídio, em que os censura- dos serão as vítimas.
Albert Einstein (1879-1955), físico disse: temos o destino que merecemos, o nosso destino está de acordo com os nossos méritos.
Quanto a mim, pensando que o pior pode estar a vir, vou é jantar... e porque não no Panteão!
4 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • Janeiro-Março 2018