Page 34 - Boletim APE 248
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PoESia
    “a ganância...”
António Boavida Pinheiro
o meu tempo
olho o meu tempo e, por minha desgraça,
o tempo que passa
não olha p’ra trás,
e peço, ao tempo, com uma falsa promessa, que passe, sem pressa,
que seja capaz.
mas o tempo passou, passou sem me ver, passou a correr,
sem dar um aviso,
num passo apressado, com ar de desgosto, não tendo, no rosto,
sequer um sorriso.
o tempo, não pára, não pára um segundo, envolve o meu mundo
num manto de idade
e, se o tempo é bitola, se o tempo é medida, é velho, sem vida,
sem ter mocidade.
não sei se há, no tempo, a pausa aparente que tenha presente
um eterno amor,
porém sei que o tempo, duma alma insegura, vai, numa amargura,
esfumar-se na dor.
E o tempo, como mito, é completo mistério, passa sempre sério,
pois nunca chorou,
mas o tempo, ah! o tempo, me deixa a pensar... se paro de sonhar...
...meu tempo acabou.
1.o Prémio nos XXII Jogos Florais de Outono 2014 (Monforte)
19460033
António Barroso (Tiago)
19460120
Este mundo de labuta Virou feira de vaidades... cada qual na sua luta, Aldeias viram cidades...
sempre a mesma conduta, miséria e austeridade... Explosão de gente corrupta invade a sociedade...
Que tristeza!... Fazem pena!... tanta ganância a esmo, Que enchem noticiários,
Que esta vida é tão pequena Que não vale a pena..., mesmo..., Dar cabo deste “fadário”...
terra prometida
 António teixeira da mota
19720021
nunca como hoje
um espaço escondido e fechado Esteve a meus olhos
tão exposto e aberto,
um olhar tímido e reservado Esteve a meus olhos
tão ávido e indiscreto.
é jacaré
não é
é perdigão
também não
Então o que é Pilão.
...o grito o mito o laço que fica
...o produto pré-fabricado no sorriso banal
...o eco do grito do mito que fica
...é o fumo do sonho da nuvem que passa
...é a amizade criada no espírito de ser...
luís rapoula. 19700223
 nunca como hoje
uma charneca de vegetação amontoada Esteve a meus olhos
tão tratada e desprovida,
uma seara pelo arado lavrada Esteve a meus olhos
tão desejada e perseguida.
nunca como hoje
De mim estiveste tão perto
A mim estiveste tão prometida.
“Livro dos Finalistas de 1981; dedicado ao antigo aluno 19680040 rui Gonçalves.
32 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • Janeiro-Março 2018





































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